sábado, 23 de julho de 2011

Walker - Capítulo Dois.

Ela saiu do quarto e então dei um sussurro.
- Eu já sei, e sempre soube.


- Acorda Artie!
- Hum.
- O Ryan está aí.
- Já estou indo.
Me arrumei e desci.
- Oi Ryan.
- Oi Artie.
- O que houve? Que cara de medo é essa?
- Vamos lá fora conversar?
- Vamos.
Fui saindo sabendo que havia acontecido alguma coisa muito estranha. Os olhos dele estavam inchados, parecia que estava chorando há muito tempo. Sentamos na calçada na frente de casa.
- Fala Ryan.
- Contei pra minha mãe que eu sou gay.
- E aí? Ela tentou te matar?
- Não. Ela...
- Te expulsou de casa?
- Não. Ela...
- Te agrediu? Você tá machucado?
- Não. Você vai me deixar falar, ou vai continuar a me interromper?
- Desculpa. Pode falar.
- OK - ele suspirou. Ela me ouviu, e depois disse que já sabia. E que mãe sabe das coisas. E que ela vai me amar, acima de tudo, e da minha orientação sexual.
- Nossa. E aí?
- Nos abraçamos e choramos juntos, e depois ela disse que eu posso contar com ela pro que precisar.
- Que lindo. Nunca imaginaria essa reação. Sua mãe parecia tão mente fechada.
- Eu também me surpreendi.
- E agora você está bem?
- Parece que tirei várias toneladas de minhas costas.
- Que bom.
- Me dá um abraço.
Nessa hora eu não entendi muito. O Ryan nunca foi de distribuir abraços. Ele devia estar muito feliz mesmo.
- Lógico - nos abraçamos.
- Vamos a Sidney?
- Ai, nem vou. Brigamos.
- Por quê?
- Coisas nossas.
- Ah, para, vamos lá.
- Vamos.
Atravessamos a rua.
- Chama ela Ryan.
- SIDNEY!
- ENTRA!
- Vai lá Ryan e chama ela aqui pra mim, por favor.
- Tá, vou chamar.
Ela veio com uma expressão normal e sorrindo, parecia que nem havíamos discutido.
- Oi Artie, porque você não entrou?
- Não, só vim pedir desculpas por hoje.
- Relaxa, tá desculpado. Entra aí.
Entrei. Passamos à tarde, os três jogando conversa fora, falando sobre o Ryan ter se assumido e rindo da Sidney imitando todo mundo.
Até a hora que o celular dela tocou.
- Alô? Ela mesma. Huuum, como você tá? - não dava pra ouvir a outra pessoa no celular. Estou bem tb. Hoje? Beleza, que horas? Eu levo o povo sim.
Valeu. Beijos.
- Que era Sidney?
- A Liah, e fomos convidados pra uma festa na casa de uma amiga dela hoje. Vamos?
- Eu vou, você vai Artie?
- Vou chamar a Chay, se ela for eu vou sim.
- Quem vai tá lá Sidney?
- Ai Ryan, as amigas dela e a gente. Provavelmente, a Lanna também vá.
- Huum. Que horas eu passo aqui?
- Nove horas. Se você for, você passa aqui também né Artie?
- Passo sim.
- Então vamos embora Artie, tenho que pensar em uma roupa.
- Vamos Ryan.
Fomos embora, cheguei em casa e liguei pra Chay.

-
- Chay?
- Oi amor.
- Vamos numa festa hoje à noite?
- vamos sim. Que horas?
- Nove horas passa aqui.
- Passo sim.
- Tá bom então amor.
- Tá. Te amo.
- Também te amo. Tchau.
- Tchau.
À noite, a Chay chegou adiantada como sempre e ficou no quarto me esperando ficar pronto.
Saímos as nove, a Lanna já estava na frente da casa da Sidney, e estava linda. O Ryan também chegou, e ele estava vestido no estilo meio roqueiro e a Sidney já estava saindo de casa, com vestido e salto. Sempre que ela queria ficar com alguma menina, ela se produzia.
- Vamos gente? - disse a Lanna.
- Vamos. Nossa, vocês estão muito bonitos hein?
- Ai Sidney e quando estamos feios? - rimos.
- Quando estamos bêbados - rimos mais ainda.
Ninguém imaginava, mas era após aquela festa que tudo realmente iria mudar. E a partir de agora, irei contar os fatos como aconteceram, ou como me contaram.
Talvez nem todos os fatos sejam expostos aqui. Mas tudo o que sei, dividirei com vocês.

4 comentários: