quarta-feira, 6 de março de 2013

A nostalgia de não ter.

Eu te vi nascendo, te fiz e fui crescendo. Quando notei, você partiu. Eu estava morrendo. Eu vi o seu caminho, me perdi no escuro, Seguindo a neblina de um sol sem rumo. Um ser sem coração, e mente na contra-mão. Seus olhos diziam: "Menos pra sim, mais pra não". Eu quis o seu perigo, não ouvi o alarme. O seu silêncio foi maior que o meu barulho que invade O meu quarto, minha casa, meus sonhos jogados na sala. E O SEU SILÊNCIO NÃO ESCUTO. E repito, reflito e em contraste eu grito O seu nome pro meu mundo ouvir, E saber, que mesmo não estando aqui, Eu estou com você! Pro sim, pra não, pra ser enfim. Chorar, falar e até desabafar. Em TUDO, estarei aqui, POIS FIZ EM MIM O SEU LAR.

domingo, 20 de maio de 2012

Direito na Época Colonial.

Quando Portugal descobriu o Brasil, percebeu que a terra produzia várias riquezas. Visando o interesse comercial, o Brasil começou a ser colonizado. Martim Afonso de Sousa desembarcou no Brasil (1530), com a primeira expedição colonizadora, veio com amplos poderes - judiciais e policiais. Conforme o Brasil era colonizado foram nascendo latifúndios e consequentemente os donos dessas terras. Assim a agricultura começou a ser implantada no nosso comércio. Com o tempo o Brasil tornou-se uma grande empresa destinada a fornecer produtos primários à Europa através da inteligência lusitana de explorar nossa potência nativa. Conforme os latifundiários produziam - no caso - a cana-de-açúcar, os portugueses a compravam mais barato para depois revender por uma preço mais caro na Europa, obtendo lucro. Esse processo também era inverso, sendo que eles também traziam produtos europeus para revender no Brasil por um preço abusivo, pois aqui ainda não produzia aqueles produtos e vice-versa. Por isso, Portugal mantinha o monopólio comercial, e impedia que outras nações europeias colocassem em risco o próprio. O comércio também era baseado no tráfico de escravos. Os latifundiários precisavam de mão-de-obra na monocultura, então os traficantes vendiam ou trocavam os escravos por produtos nativos para vender em outros países europeus. O sentido da colonização seria povoar um certo território, mas ficou claro que a intenção de Portugal nunca foi a de colonizar, e sim, explorar e criar um império em cima das nossas riquezas. Assim, a formação social eram os donos de terras (latifundiários), os índios, e os escravos e mestiços, ambos os últimos tinham o mesmo tratamento na época, não tendo praticamente nenhum direito, a não ser o de "propriedade". Portugal tinha tanto medo que corsários, piratas ingleses, franceses e holandeses saqueassem nossas riquezas recém descobertas, que pensaram em administrar nossa terra de forma eficiente. Então entre os anos de 1534-1536, o então rei de Portugal D. João III resolveu dividir a terra brasileira em partes que partiam do litoral a linha imaginária de Tordesilhas.Essas enormes faixas de terra ganharam o nome de 'capitanias hereditárias', e foram doadas a nobres e pessoas de confiança do rei. Esses - chamados 'donatários' - tinham como função administrar, colonizar, proteger e desenvolver a região, mas tudo tinha um propósito comercial, já que em troca desses serviços , além das terras, eles tinham regalias como explorar riquezas minerais e vegetais da região. Como o próprio nome já diz, esse sistema administrativo passava de pai para filho. Depois de um tempo, esse sistema administrativo começou a apresentar falhas, sendo algumas, os ataques indígenas, e a extensão territorial dificultava a supervisão das terras. Desta forma, no ano de 1549, foi criado um novo sistema administrativo para o Brasil, o governo-geral. Assim, tornando o poder mais centralizado, cabendo ao tal as funções que antes eram atribuídas aos donatários. Tomé de Sousa foi o primeiro governador-geral na primeira capital brasileira, Salvador. Conforme as cidades começaram a crescer a estrutura inicial teve que ser dilatada, marcando o surgimento de um sistema composto pelos juízes singulares e os "Tribunais de Relação", órgãos colegiados que se dirigiam os recursos de agravo e apelação. Com a criação desses órgãos colegiados, houve um declínio nos poderes dos ouvidores. Havia também uma terceira instância representada pela "Casa da Suplicação", na Metrópole. Os Tribunais de Relação no Brasil, foram criados primeiramente na Bahia e posteriormente no Rio de Janeiro - também com o intuito de desafogar o excesso de processos que comprometiam o bom funcionamento do Tribunal de Relação da Bahia - cuja composição era formada, quase que por completo, por portugueses ou por brasileiros formados na Metrópole. Esses magistrados eram leais e obedientes sendo que visavam sempre serem recompensados, e tinham por finalidade o interesse da metrópole. O recrutamento dos magistrados era feito com base em um padrão mínimo - os juristas deveriam ser formados na Universidade da Coimbra e ter exercido a profissão por no mínimo 2 anos -, mas relacionados a apadrinhamentos. Os operadores de direito tinham padrões formais, baseado em laços de parentesco, dinheiro e poder, e geralmente eles eram de classe média. Com esse contatos pessoais, a corrupção era favorecida, assim, era fato que os magistrados que alcançavam poder social quisessem permanecer na Colônia, mesmo com a possibilidade de retornar à Metrópole. A Igreja tinha influência na justiça, tanto que uma missa era celebrada antes das sessões para que as decisões fossem "presididas por um ideal de Justiça". A presença da justiça eclesiástica era fato, e como nunca existiu um Tribunal de Inquisição em solo brasileiro, casos mais graves eram julgados em Portugal, nesse sistema não existia lugar para negros, judeus, muçulmanos, etc, tornando o padrão político-administrativo caracterizado por um perfil excludente, tanto na justiça convencional quanto nos tribunais eclesiásticos. Os casos na época eram civis e/ou criminais, e a maioria dos crimes eram contra a fé e a moral, como bruxaria, feitiçaria, bigamia, etc. As penas eram de tortura ou de morte. As fontes eram a jurisprudência, a legislação e os costumes jurídicos, além da doutrina. Desde o início da colonização usou-se as leis e instituições portuguesas e uma das principais características das imposições da época foram as leis de caráter geral e os forais, sempre centralizando o poder nas mãos da monarquia. De fato, o direito no Brasil nasceu de uma forma imposta pelos colonizadores, e não do convívio diário. O Brasil era visto como uma terra de enriquecimento rápido, e não como uma nação. É notável que a burocracia faz parte do direito no Brasil desde os primórdios. Talvez essa seja uma das maiores heranças hereditárias de nosso direito, assim como a corrupção. Desde o início percebe-se o interesse do direito nacional, não como um bem para a coletividade e sim para benefício de poucos, hoje em dia, reza a lenda que a justiça que "conhecemos" é plena e igualitária, diferente daquela época. É visível a evolução que o sistema jurídico brasileiro experimentou neste período. A nossa cultura jurídica é romano-germânica, vista que é a mesma de Portugal, já que as crenças e valores trazidos pelos nossos colonizadores predominaram na formação cultural brasileira, bem como o Direito português que imperava soberanamente na época.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Um brinde.

Aos momentos que se foram
aos tragos intrigados
aos sonhos perdidos
aos navios afogados
aos dias sem luz
ao merce e a própria sorte
utopia assassinada
dor, sangue, luta, morte.

?

Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida
Olhar pro céu só ver janela e cortina
No meu coração fiz um lar
O meu coração é o teu lar
E de que que adianta tanta mobília
Se você não está comigo?

Nando Reis

sábado, 6 de agosto de 2011

Walker - Capítulo Sete.

Eu senti que aquilo era uma ameaça, mas não liguei muito. Afinal, a Liah estava brava e com razão.

Voltei pro fundo e a Chay já veio me dando a notícia:
- A Kristen e a Sidney estão namorando.
- Sério?
- Sim.
- Que tá acontecendo hoje?
- Também não sei.
- Tou namorando. - veio a Sidney me dando a notícia.
- Tou sabendo já. O que deu em vocês, virou moda namorar agora?
- Virou. - rimos.
- Vou em casa tomar banho pra gente sair a noite, ou não vamos.
- Vamos sim. Passamos lá pra te chamar.
- OK.
- Artie, posso ficar na sua casa contigo?
- Pode sim Lanna.
Saímos.
- Melhorou?
- Ainda não. Tou confusa, não sei o que eu faço.
- Nem vou falar nada.
- É. - ficou aquele silêncio amargo, então tentei mudar o assunto.
- O que são o Ryan e a Sidney namorando?
- Né. Nem eu entendi. Mas já avisei os dois.
- O que?
- Pro Ryan que se ele quebrar a cara não vir chorar e a Sidney, que se ela aprontar com a Kristen nunca mais olho na cara dela.
- E ela?
- Falou que vai ser certa nesse namoro agora.
- Você acredita?
- Não. Mas se ela magoar minha prima ela vai se ver comigo.
- Prima?
- É. A Kristen é minha prima.
- Achei que ela fosse só melhor amiga da sua irmã.
- Não, ela é nossa prima também.
- Ah sim.
Entrei e fui me arrumar. O resto do pessoal passou em casa então fomos à praça. Percebi que a Liah havia sumido.
- Cadê a Liah?
- Foi embora.
- Ah sim. - nem perguntei o porquê dela já ter ido, afinal, eu sabia.
O Fred foi ver o Ryan e a Kim foi ver a Lanna.
Sentamos em roda, e a Kim sentou no meio das pernas da Lanna e o Fred ao lado do Ryan. A Sidney estava abraçada com a Kristen e a Chay deitada no meu colo.
- Pela primeira vez uma roda de casais. - brincou a Sidney.
- Pior né? - concluiu o Ryan.
- Todo mundo namorando.
- Lógico que não Chay, a Lanna e a Kim ainda não estão namorando. - brincou a Kristen.
- Não?
- Não!
- Ah, queremos ver o pedido então.
- Ain gente, tenho vergonha. - disse a Lanna, corada de vergonha e um olhar meio de preocupação.
- Mas eu não tenho! Lanna, minha princesa. Sei que pode parecer muito cedo. Mais como você mesmo me disse, drogas fazem um efeito rápido, então, você me fez sua droga e eu te fiz a minha. E não quero ficar em abstinência nem por um segundo. Quer namorar comigo?
- Aiiin. - todos ficaram emocionados.
- Como dizer não a você, meu amor?
Elas se beijaram.
- Eu achei lindo. - disse a Chay.
- Nós também amor.
- E você Artie, quando vai pedir a Chay em noivado? Três anos já né? Não tá na hora? - falou a Lanna.
- Não, ainda não. E nem me pressionem.
- E você não a pede logo por quê?
- Não sei o que quero ainda.
Todos olharam estranho pra mim, então vi que havia falado algo errado.
- Então você não tem certeza que me quer Artie Fortunato?
- Falou meu nome e sobrenome, a briga vai ser feia - comentei baixinho com o Ryan.
- Eu aqui falando com você e você de fofoquinha com o Ryan?
- Amor, para. Eu só falei que não tenho certeza que quero casar agora. Prefiro fazer faculdade, estudar primeiro e tals.
- Sei.
- É verdade amor, para de ser paranóica. - comecei a beijar o pescoço dela.
- Minha paranóicazinha. - comecei a fazer cócegas e beijá-la.
- Você não vai me comprar assim.
- Pare de ser doida. Eu te amo. Só acho que ainda é meio cedo pra gente pensar em casamento. Não acha?
- Não sei.
- Pensa bem. Sem ilusões e fantasias de contos de fadas. Acha que estamos preparados?
- Não.
- Então. Era só isso que eu queria dizer.
- Entendi amor. Desculpa.
- Relaxa, só não seja mais impulsiva assim.
- Vou tentar.
- Tá.
Após essa discussão, por alguns minutos, pensei se era realmente aquilo que eu queria. Era questão de ser ou não ser. Eu não sabia se éramos.
Passamos o resto da noite conversando e curtindo o amor que pairava no ar.
- Vamos amor? - disse o Ryan pro Fred.
- Amor? - todos olharam com uma cara de espanto pros dois.
- Desculpa então. Vamos Fred?
- Vamos.
E os dois foram embora. Quando se afastaram um pouco, parecia que estavam discutindo.

sábado, 30 de julho de 2011

Walker - Capítulo Seis.

Fomos o resto do caminho conversando e rindo das bobagens da Chay e do Ryan.
- Tchau gente.
- Tchau Ryan.

- Vai dormir aqui Chay?
- Tem algum problema?
- Não amor. Então vamos.
Dormimos juntos, e ela me acordou muito cedo.
- Bom dia amor.
- Bom dia. - estava morrendo de sono ainda.
- A Lanna acabou de te ligar. Ela estava com uma voz estranha.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não sei, acho melhor você retornar pra ela.
- Vou ligar agora.
Peguei o telefone e liguei pra ver o que havia acontecido.
- Alô, Lanna?
- Oi. - a voz dela estava bem tensa mesmo.
- O que aconteceu?
- Ain, nem sei como explicar.
- Respira e explica.
- Sabe a Kim?
- Sei. O que tem ela?
- Mano, tipo, eu amei ficar com ela, amei mesmo. Sabe, me apaixonei.
- Isso todo mundo já sabe. O que tem de ruim nisso?
- Ontem eu estava conversando com ela lá né...
- Huum.
- Aí eu contei minha vida pra ela, falei que meu pai me aceita bissexual e tals, mas que ele é rígido, e que qualquer coisa que eu faça de errado, ele não vai querer pagar minha faculdade de fisioterapia, que é o meu sonho...
- Sei.
- Disse pra ela que se pudesse, às vezes eu o mataria, porque ele é muito chato.
- E? - eu ainda não estava entendendo o que havia demais naquilo tudo.
- Aí ela me mandou parar e disse que eu deveria agradecer por ter um pai, por que ela sentia falta do dela.
- Ish. Ele faleceu?
- Sim. Tem um ano e alguns dias.
- Que triste.
- Pois é.
- Mas por isso você ficou mal?
- Não, espera.
- Huum.
- Ela começou a contar a história dela. Disse que seu pai morreu de diabete, e que a mãe dela sofre muito com tudo isso. Que ela agora tem depressão, e as pessoas não entendem, a chamam de drogada e tals.
- Hum. - foi aí que eu comecei a sacar o que estava acontecendo.
- Foi quando tudo piorou pra mim. Ela disse que a mãe dela foi culpada por algo que não fez, que foi ter derrubado o Santo Ágato.
- Mentira que ela é filha da Sônia?
- É.
- E por que a mãe dela foi acusada?
- Porque naquele dia, fazia um ano que o pai dela havia morrido, e ela foi lá chorar drogada de remédios, por que eles se conheceram ali. A polícia chegou e imaginou que ela tivesse usado coisas ilícitas. Aí tinha que colocar culpa em alguém, colocou nela mesmo.
- E agora? Você contou que foi você?
- Não tive coragem. Ela me disse que é a primeira pessoa que ela se abre pra falar disso. Fiquei tão chocada, e com tanto medo de perdê-la que não tive coragem de contar.
- Meu Deus.
- O pior foi ela dizendo que não queria se separar da mãe dela, porque ela tem medo da depressão piorar. E o juizado de menores quer a mandar morar com o tio, irmão do pai dela.
- Nossa, e você não vai fazer nada?
- Vou. Não a deixar descobrir que fui eu.
- Mas não é melhor você contar logo?
- Ela disse que queria achar quem fez isso e matar. Que era um ser sem coração que arruinou a vida dela.
- Fudeu.
- Eu sei.
- Nem sei o que te falar.
- Não precisa. Também nem quero saber. Só precisava desabafar mesmo.
- OK.
- OK. - a voz dela estava meio de choro.
- Vai vir aqui mais tarde?
- Vou sim. Tchau.
- Tchau. - tum tum tum tum.
Percebi que ela desligou o telefone pra chorar.
- O que houve amor?
- Nossa Chay, a Lanna se enfiou em uma história, depois te conto.
- Tá amor.
- Vou dormir mais um pouco tá?
- Tá, mais tarde eu te acordo?
- Acorde.
- Tá então.
Demos um beijo e voltei a dormir.

-
Acordei com o Ryan e a Chay gritando e pulando na minha cama.
- O que aconteceu? Caralho.
- Você não sabe da maior. - gritou a Chay.
- É bom ser uma maior mesmo, pra terem me acordado assim.
- Fala você Ryan.
- Tá, vou falar.
- Fala Ryan.
- Tou namorando!
- O que? - fiquei assustado, acontecendo tantas coisas em um mesmo dia.
- ÉÉÉÉ!
- Com quem?
- Com o Fred!
- Ã? Mas como assim?
- É! Depois que eu fui embora, ele me ligou e ficamos conversando um tempão. Conversamos quase até agora no celular, ainda estou sem dormir. Aí eu pedi ele em namoro e ele aceitou.
- Você não acha que tá um pouco cedo demais?
- Não, já são quatro horas da tarde!
- Não era disso que eu estava falando, você entendeu.
- E se tiver? Não ligo. O bom é viver.
- Tá então né. Mas ele não namorava uma menina?
- Era mentira, ele disse que falou aquilo por vergonha de assumir que queria me beijar.
- Sério?
- Uhum. Ele disse que me viu e já deu vontade de ficar comigo, e que ele achou estranho, porque eu fui o primeiro menino que ele teve atração.
- Nossa. Tá bem hein Ryan.
- Tou sim, e muito feliz.
Hoje é um domingo e tanto, pensei.
- Vamos lá pra casa da Sidney?
- Fazer?
- Banho de piscina.
- Vamos, deixa só eu me vestir.
o Ryan e a Chay continuaram no quarto.
- Ryan, sai do quarto, vou me trocar.
- Mas eu sempre vi você se trocando.
- Mas agora é diferente. Você namora.
- E daí? Você é o meu amigo!
- Mas eu acho diferente.
- Tá, eu saio.
A Chay me olhou estranho e o Ryan saiu.
- Por que você o mandou sair do quarto?
- Sei lá, é estranho né? Agora ele é gay assumido e namora. E também, vai que ele me olha estranho?
- Você está sendo preconceituoso.
- Não estou.
- Tá sim.
- Se você diz.
Terminei de me trocar e fomos pra casa da Sidney. Cheguei lá e me assustei com a presença da Kristen, mas tudo bem.
Enquanto tomávamos banho de piscina perguntei pra Sidney:
- Você e a Lanna já se entenderam?
- Já sim, já liguei pra ela hoje.
- E porque ela não veio?
- Tá com uns problemas e preferiu vir mais tarde.
- Ah sim. Entendi.
- Então.
- E o soco? Tá roxinho hein?
- Achei que fosse ficar pior! - rimos.
Estava anoitecendo e a Kristen e a Sidney começaram a conversar.
- Eu queria ir pra Lua Sidney.
- Eu te levo.
- Num foguete?
- Não, com meus beijos.
Então elas se beijaram, ficou todo mundo com uma cara de 'o que está acontecendo'. E bem na hora chegaram a Lanna e a Liah, o pai delas tinha acabado de as deixarem lá.
Elas fizeram que não viram ninguém e continuaram:
- E se eu quiser andar com os pés no chão?
- Ande. Eu sou o seu chão.
- É?
- É.
- E se eu não quiser andar com os pés no chão?
- Peça, e eu te levo pra um lugar que não tem gravidade.
- Pra outro planeta?
- Talvez.
- Como?
- Com o meu abraço.
E elas se abraçaram e depois se beijaram novamente. A Liah foi pra varanda da frente e ficou lá. Percebi que o clima ficou meio chato e fui atrás dela.
- Oi Liah?
- Oi. - percebi que ela estava chorando.
- O que aconteceu?
- Não se faz. Você sabe. Todo mundo já sabe.
- Mas e aí?
- E aí que a Kristen é minha melhor amiga e tá ficando com a Sidney, e eu estava gostando dela.
- Mas você não é hétero?
- Sou, e daí. Só é ela de menina.
- Calma, isso deve ser só um encanto, vai passar.
- Me arrependi de ter convidado vocês pra festa de ontem.
- Calma. Então por que você não pede pra Kristen parar de ficar com a Sidney?
- Por que não, ontem de madrugada conversamos sobre isso, e eu disse pra Kristen que não tem nada a ver, afinal, ela é gay né. Curte menina. Eu não. Posso gostar de outro menino qualquer, mesmo assim tá doendo.
- Entendo.
- Não, você não entende. Mas tudo isso é culpa da Lanna. Ela acabou com a minha vida.
- Ela não sabia de nada.
- Não tou falando só do beijo. A Sidney não me quis mais porque ela fez a Sidney prometer que nunca mais ficaria comigo.
- Nossa.
- Pois é, mas relaxa, isso não vai ficar assim. Não mesmo.
Eu senti que aquilo era uma ameaça, mas não liguei muito. Afinal, a Liah estava brava e com razão.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Walker - Capítulo Cinco.

- Então, para de reclamar e me beija.
A Sidney jogou ela em cima da pia e começaram a se beijar.
- O QUE SIGNIFICA ISSO?
Elas levaram um susto, e quando olharam era a Lanna na porta.
- Eu explico.
- SAI DAQUI LIAH!
- Eu explico!
- JÁ MANDEI VOCÊ SAIR DAQUI. NOS DEIXE A SÓS UM POUCO.
Então Liah saiu as deixando sozinhas. A Sidney tremia, e era de medo de apanhar da Lanna.
- O que você estava fazendo com a minha irmã?
Lanna deu um soco no nariz dela, que começou a sangrar. A Sidney começou a chorar alto de dor, e ela falava chorando.
- Beijando, só isso.
- Eu não acredito Sidney, com tantas meninas no mundo por que justo a minha irmã?
- Não foi proposital...
- A não foi? Você escorregou e caiu grudada nos lábios dela?
- Me deixa explicar.
- Se meu pai descobre, ele vai dizer que foi influência minha e a minha faculdade vai por água abaixo.
- Eu sei, me desculpa. Só me deixa explicar.
- Nem quero ouvir nada. E outra, mesmo que ela fosse assumida, você não presta Sidney. Você iria a fazer sofrer.
- Desculpa. - a Sidney chorava baixinho.
- Desculpo. Só me promete que nunca mais vai ficar com ela.
- Eu prometo.
Ela ia saindo do banheiro, então voltou.
- Só mais uma coisa.
- Fala.
- Você é a primeira menina que ela fica?
- Acho que sim.
- Ela é gay?
- Bom, pra mim ela disse que é hétero. Que só tinha curiosidade.
- Ah sim.
Então, Lanna saiu do banheiro e voltou à festa. Quando Liah a viu saindo foi correndo ao banheiro ver o que tinha acontecido.
- o que houve Sidney?
- Não Liah, sai de perto de mim.
- Não vamos mais ficar?
- Prometi pra sua irmã que nunca mais chego perto de você.
- O que?
- Você ouviu.
A Kristen entrou no banheiro.
- O que houve Sidney? Seu nariz está sangrando.
- Levei um soco da Lanna.
- Até imagino o motivo.
- Vou pegar papel toalha pra limpar esse sangue.
Enquanto Kristen pegava papel, a Liah tentou conversar com a Sidney.
- Você não vai mais ficar comigo.
- Já disse que não Liah, não quero perder a amizade da sua irmã.
Então Liah saiu chorando do banheiro.
- Voltei. - Kristen havia chegado com o papel. - Me dá aqui seu nariz.
A Kristen ficou cuidando do nariz quebrado da Sidney.

- Lanna?
- Oi Artie.
Ela ia indo rumo a piscina com uma cara de choro misturada com raiva.
- Que cara é essa?
- Você não sabe o que eu acabei de ver.
- O quê?
- A Liah e a Sidney ficando. Você acredita?
Então ela percebeu a cara que eu fiz.
- Você sabia Artie? Fala.
- Sabia.
- Não acredito.
- Me desculpa Lanna, mas a Sidney me fez prometer que não lhe contaria nada.
- E você prometeu?
- Prometi, eu e o Ryan. Me desculpa mesmo. Mas eu também não queria me meter nessa história porque eu sabia que iria acabar em pizza.
- O Ryan também?
- Sim. Mas eu já estou arrependido e creio que ele também.
O Ryan ia passando perto da gente conversando com o Fred, a Lanna o grudou pelo braço e puxou. E o Fred ficou meio de longe esperando.
- Então você também sabia da Sidney e da Liah, Ryan?
- Sabia sim. Desculpa Lanna, mas eu não queria me meter nesse rolo de cachorro grande. Se não iria acabar sobrando pra mim ou pro Artie.
- Vocês dois estão desculpados, até porque estou de ótimo humor hoje. E vão ao banheiro depois e vê se eu quebrei muito o nariz da Sidney.
- Você quebrou o nariz dela? - eu e Ryan perguntamos juntos.
- Sim. Mas não vou entrar em detalhes agora, a Kim está me esperando.
Ela saiu pra ir ficar com a Kim e o Ryan foi com o Fred ver se a Sidney estava bem.
Quando eles chegaram ao banheiro, a Sidney estava deitada no colo da Kristen.
- Já tá bem Sidney? - o Ryan perguntou pra ela.
- Já sim. E se tou.
- Tou vendo.
- Mas não estamos fazendo nada demais, só conversando mesmo. - indagou a Kristen.
- Calma Kristen. Eu sei. - riram.
- Vamos voltar pra festa, tá?
- Tá bem Ryan.

Depois de muita dança, e muito álcool, eu fui ao banheiro e a Sarah e o Pietro estavam se pegando, na verdade, pra mim, eles estavam transando.
Foi nessa hora que eu decidi que deveria ir embora, porque sabia que o clima iria esquentar, e a Chay também já estava louca pra vir embora.
- Vamos amor?
- Vamos sim.
Procurei o Ryan e avisei pra ele.
- Ryan, estamos indo embora, avisa o pessoal pra mim?
- Eu vou embora com vocês também. Me espera rapidinho?
- Esperamos.
Ele deu um selinho no Fred e deu tchau.
- Você anotou meu número Ryan? - perguntou o Fred.
- Anotei sim. Avisa a Sidney quando você a ver que já vamos? E pede pra ela avisar a Lanna.
- Aviso sim.
- Obrigado. Vamos gente?
- Vamos. Então quer dizer que você gostou de ficar com o Fred? - brincou a Chay.
- Nem começa tá? Não gostei de ficar com ele não, só fiquei com vergonha de despistar o menino, e aí sim todo mundo acabar comigo.
- Para de mentir que dá pra ver na sua cara que você gostou.
- Não gostei não Chay. Para de me zoar!
- Amor, para de zoar o Ryan? - eu intervim.
- Obrigado Art.
- Mas fala Ryan, você não gostou? - nós três rimos muito. - Não mente.
- Não é que eu não gostei, foi diferente. Foi como se você gostasse de carne e tivesse provado um frango. - rimos mais ainda.
- Entendi. E você vai ligar pra ele amanhã?
- Não sei. Acho que não.
- Sim, sabemos. Que nem você não gostou de ficar com ele.
- Cala a boca! - rimos.
Fomos o resto do caminho conversando e rindo das bobagens da Chay e do Ryan.